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Andei com a minha dor e ela mostrou quem eu sou

  • Foto do escritor: Ariadne Lecher Possibom
    Ariadne Lecher Possibom
  • 11 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura



Existem momentos na vida de completa confusão. Nos sentimos perdidos e não sabemos o que está acontecendo com a gente, com o nosso entorno, com as nossas escolhas, com a nossa vida. Nada mais está fazendo sentido: as nossas ações, os acontecimentos do dia a dia, as relações que temos com as outras pessoas (amigos, família, cônjuges), o trabalho, os estudos. Não sabemos o que fazer com isso e ficamos praticamente parados, inseguros, com medo, ansiosos, angustiados, tristes, irritados, receosos. É um momento tão nosso que parece que ninguém nos entende e então, como se esse turbilhão de sentimentos não bastasse, nos sentimos sozinhos no meio da confusão, desesperados.


Esses períodos são tão sofridos que parecem que não passam nunca. Cansados de esperar que isso acabe, tentamos ser “fortes”, sorrir mesmo estando tristes, dar conselhos mesmo não tendo condições emocionais para ajudar ninguém, continuar trabalhando, estudando ou saindo para vários lugares para melhorar ou pelo menos esquecer dos nossos problemas. Quando nada disso funciona e chegamos ao nosso limite, esgotados, percebemos que passamos dias, semanas, meses ou até mesmo anos vivendo nessa batalha. E ela continua aí.


“Onde eu fui parar”? “Quem eu sou”? “O que aconteceu comigo”? “Para onde devo ir”? “O que devo fazer”? Essas e outras perguntas desse tipo aparecem constantemente, quase que nos dizendo que a nossa própria existência não tem mais sentido. Parece que estamos enlouquecendo, tamanho o nosso sofrimento.


Acontece que, acredite ou não, isso tudo é passageiro. E o grande “click” pode acontecer quando saímos dessa atitude desesperada de tentar de tudo e passamos a buscar um sentido para aquilo que estamos vivenciando. O sofrimento é passagem e tem um significado. Ele aparece em nossas vidas para que possamos aprender algo com ele, ficar mais fortes por causa dele e nos tornar mais seguros de nós mesmos graças a ele. Esses momentos difíceis, chamados de “crises existenciais”, nos oferecem uma oportunidade de nos reconectar com nós mesmos.


Para isso, precisamos entender o que está acontecendo agora com a ajuda do que aconteceu antes. Ou seja, olhar para nós mesmos e nos ligar à nossa história de vida como a fonte de sabedoria e força que nos permitirá um novo encontro com o “eu” cheio de potencialidades, possibilidades, saberes e experiências. É como quando, no meio de uma caminhada, nos viramos e olhamos para trás. Vemos o caminho percorrido, nos lembramos das vivências que tivemos, reparamos coisas que não havíamos reparado antes e, de repente, entendemos como viemos parar nessa confusão, que já não é mais tão confusa assim. Começamos a entender o significado e a função desse sofrimento, o turbilhão de emoções e sentimentos ruins ameniza, voltamos a ter espaço para sentimentos e emoções mais prazerosos e, gradualmente, construímos um novo sentido para a nossa existência. Fomos capazes de juntar o passado e o presente em uma só vida e o sofrimento agiu como nossa bússola, apontando para a direção correta: nós mesmos.


Assim, nos encontramos e retomamos a nossa jornada mais confiantes, com a postura ereta, olhos e ouvidos mais atentos e passos mais firmes. Não estamos mais perdidos e, por enquanto, não precisamos mais dessa bússola, e o sofrimento vai embora. Aliás, podemos acreditar que, quando agregamos significados para a nossa vida, de alguma forma, o sofrimento sempre vai embora e, com essa passagem, nos redescobrimos e nos tornamos mais inteiros.


Portanto, dependendo de como o enxergamos, o sofrimento pode nos levar à ruína – como um inimigo – ou ao crescimento individual – como um amigo. Como você prefere enxergar o seu sofrimento?

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